Pedrada no vidro

A noite passada foi complicada. Foi uma noite cheia de sentimentos distintos. Deitei-me tarde.

Por volta das 6:30 toca-me o telemóvel. Era da central de alarmes da minha empresa, o alarme tinha sido accionado e o piquete ia a caminho. Meio abananado, com apenas três horas de sono, dirigi-me ao escritório onde constatei que um dos vidros estava partido. Abri a porta e, sem mexer em nada, dei uma vista de olhos e voltei a saír uma vez que o buraco no vidro era mínimo. Não mexi em nada porque podia estragar algo com vista a uma futura investigação.

Dirigi-me então às autoridades para fazer a participação dos acontecimentos. A informação foi que seria enviada uma patrulha ao local que iria tomar conta da ocorrência. Já seriam 6:50.

Voltei ao escritório e esperei pela patrulha até às 8:40, a informação agora é que eles não podiam tomar conta da ocorrência e que era necessário ir à esquadra. Investigação? Qual investigação? Nem impressões digitais eles tiraram da pedra que ficou dentro do escritório, um dos agentes até tropeçou nela e ia fazendo estragos ainda piores...

Estava na altura de tratar do problema do vidro, afinal a empresa não podia pernoitar com o vidro partido.

À tarde, foram necessárias duas deslocações às autoridades para que a queixa ficasse registada. No final de tudo, quem registou a queixa perguntou, por curiosidade:

- Os senhores ainda têm a pedra em vosso poder? É que podiamos tentar tirar as imprssões digitais...

Bem, palavras para quê? Depois de 12 horas stressantes com muito poucas horas dormidas o homem finalmente regista a queixa e pensa no que toda as outras pessoas das autoridades deveriam ter pensado em tempo útil e antes de eu ter andado de vassoura na mão a limpar o escritório e ter segurado na famigerada pedra...

Escrito em 03/01/2006