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Quando cheguei a casa, quis saber a história que envolvia esta carta.
Após alguma pesquisa fiquei a saber que Crowley era alguém que se designava a si próprio como “o homem mais perverso do mundo”. Gostava que os outros o apelidassem por “A Besta 666” ou “o homem mais maligno da Inglaterra” e era considerado persona non grata, louco e diabólico.
Por estes motivos, por estar ligado à magia negra ou por ter trabalhado como agente duplo na Guerra Mundial, teria muitos inimigos e daí a necessidade de simular o suicídio. Para tal, contou com a conivência de Fernando Pessoa (foi quem reconheceu os objectos pessoais de Crowley) e do jornalista Augusto Ferreira Gomes (encarregado de espalhar a notícia).
Mas o que teria alguém com estas características com Fernando Pessoa?
É que Fernando Pessoa, teve uma fase em que “mergulhou” na Astrologia. Ao ler uma revista da especialidade, Fernando Pessoa notou que Crowley teria dado um erro no horóscopo publicado. Escreveu a Crowley com a finalidade de o corrigir e o autor ficou deslumbrado com a cultura de Pessoa e deu início a uma intensa troca de correspondência.
Sobre este excerto da carta:
L.G.P. seria o nome místico da Mulher Escarlate (nome que Crowley atribuía às suas mulheres e amantes, utilizadas como médiums nas suas magias negras)Ano 14 seria um ano de uma cronologia especial utilizada por Crowley;
Sol em Balança seria a prova que a carta teria sido escrita após o dia 22 de Setembro (importante para a investigação policial);
HISOS seria uma palavra mágica;Tu Li Yu era um sábio chinês que viveu três mil anos antes de Cristo.