Quando cheguei a casa, quis saber a história que envolvia esta carta. Após alguma pesquisa fiquei a saber que Crowley era alguém que se designava a si próprio como “o homem mais perverso do mundo”. Gostava que os outros o apelidassem por “A Besta 666” ou “o homem mais maligno da Inglaterra” e era considerado persona non grata, louco e diabólico. Por estes motivos, por estar ligado à magia negra ou por ter trabalhado como agente duplo na Guerra Mundial, teria muitos inimigos e daí a necessidade de simular o suicídio. Para tal, contou com a conivência de Fernando Pessoa (foi quem reconheceu os objectos pessoais de Crowley) e do jornalista Augusto Ferreira Gomes (encarregado de espalhar a notícia). Mas o que teria alguém com estas características com Fernando Pessoa? É que Fernando Pessoa, teve uma fase em que “mergulhou” na Astrologia. Ao ler uma revista da especialidade, Fernando Pessoa notou que Crowley teria dado um erro no horóscopo publicado. Escreveu a Crowley com a finalidade de o corrigir e o autor ficou deslumbrado com a cultura de Pessoa e deu início a uma intensa troca de correspondência. Sobre este excerto da carta: L.G.P. seria o nome místico da Mulher Escarlate (nome que Crowley atribuía às suas mulheres e amantes, utilizadas como médiums nas suas magias negras)Ano 14 seria um ano de uma cronologia especial utilizada por Crowley; Sol em Balança seria a prova que a carta teria sido escrita após o dia 22 de Setembro (importante para a investigação policial); HISOS seria uma palavra mágica;Tu Li Yu era um sábio chinês que viveu três mil anos antes de Cristo.
24 outubro 2005
Boca do Inferno
Devido à forma bem portuguesa de (des)cuidar do património, quase não se percebe o que está escrito numa placa presente na Boca do Inferno (Cascais). Aqui fica em texto:
L.G.P. Ano 14, sol em Balança
Não Posso Viver Sem Ti.
“A outra “Boca de Infierno” (sic)
apanhar-me-á não será tão quente como a tua
HISOS
Tu Li Yu
Texto da carta de Aleister Crowley (famoso mago inglês, 1876-1947) para a sua companheira "A mulher Escarlate" simulando o suicídio na Boca do Inferno. Esta carta foi publicada em jornais nacionais como o Diário de Notícias ou o Notícias Ilustrado, e estrangeiros para credibilizar o sucedido com a conivência do poeta Fernando Pessoa e do jornalista Augusto Ferreira Gomes.
Em Setembro de 1930 com o intuito de conhecer Fernando Pessoa, Aleister permanece em Lisboa, Sintra e Estoril durante cerca de 20 dias.
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2 comentários:
Degradação e desleixo é o que se vê mais em todos os locais históricos/monumentais/turísticos. Se não conseguimos preservar a cultura pela cultura podiamos fazer como os italianos que têm tudo preservado... em nome do turismo!
formiguinha, estou inteiramente de acordo.
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