Lá vai no Mar da Palha o Cacilheiro, comboio de Lisboa sobre a água: Cacilhas e Seixal, Montijo mais Barreiro. Pouco Tejo, pouco Tejo e muita mágoa. Na Ponte passam carros e turistas iguais a todos que há no mundo inteiro, mas, embora mais caras, a Ponte não tem vistas como as dos peitoris do Cacilheiro. Leva namorados, marujos, soldados e trabalhadores, e parte dum cais que cheira a jornais, morangos e flores. Regressa contente, levou muita gente e nunca se cansa. Parece um barquinho lançado no Tejo por uma criança. Num carreirinho aberto pela espuma, la vai o Cacilheiro, Tejo à solta, e as ruas de Lisboa, sem ter pressa nenhuma, tiraram um bilhete de ida e volta. Alfama, Madragoa, Bairro Alto, tu cá-tu lá num barco de brincar. Metade de Lisboa à espera do asfalto, e já meia saudade a navegar. Leva namorados, marujos, soldados e trabalhadores, e parte dum cais que cheira a jornais, morangos e flores. Regressa contente, levou muita gente e nunca se cansa. Parece um barquinho lançado no Tejo por uma criança. Se um dia o Cacilheiro for embora, fica mais triste o coração da água, e o povo de Lisboa dirá, como quem chora, pouco Tejo, pouco Tejo e muita mágoa.
24 setembro 2005
Maratona de Lisboa
Amanhã vai ser dia de acordar cedo, vou à Maratona de Lisboa que inclui a passagem da Ponte Vasco da Gama.
Esta foto foi tirada hoje fora da ponte mas amanhã devo publicar algumas tiradas lá de cima.
E como o tema fado já aqui foi abordado, deixo outro de Carlos do Carmo que fala sobre esta zona: O mar de palha.
Música de Paulo de Carvalho
Letra de José Carlos Ary dos Santos
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Espero que tenha corrido tudo bem. Beijinhos
Enviar um comentário